sexta-feira, 24 de julho de 2009

Breve despedida

Amado, amigo, amante. Amado amigo amante.

Já amanheceu aqui, nesta terra distante que é meu quarto. Nesse quarto vazio de ti. Já amanheceu e eu não durmo, por esperar esse amanhecer frio que me traz remotas lembranças de um tempo só teu.

Há tanta força aqui, não vê? Há carinho e cuidado, há o sopro eterno do amor que lhe dedico assim, à distância, essa distância breve e avassaladora que impus para não te perder em definitivo. Há o perdão pelas palavras duras que disseste, sei o que te assola, conheço teus caminhos. Como haveria de não perdoar? Há dores imensas, ora, aceito a condição humana. Mas há um bem-querer de sempre, a ti e a mim. Há sempre fé.

Pequenas magias, eu sempre disse, lembro-me com clareza. Sinto teu sorriso antigo como se fosse de ontem, por que te escondes? Sai desse canto obscuro, vem caminhar comigo em silêncio. Vem ver quanta vida tem lá fora e aqui dentro de mim. Não te prives de mim, é o que te peço em súplica rascante. Mas não me devaste o peito assim, sem reserva. Não te insurjas contra mim com o peito aberto à morte e a face aberta ao tapa. Não me venhas como animal sangrando de feridas velhas. Tampouco me julgues por buscar verdade na vastidão do meu coração. Sei a medida exata dele, aqui não há sobras.

Amor meu, deixemos de nos lanhar por alguns pequenos instantes, para que a Divina Providência me mostre que não lutei por guerras vencidas, de tempos imemoriáveis. Para que eu saiba que meu prêmio de consolação não há de ser o desapego. Não, não estou a abandonar-te, nem a mim mesma, estou deixando em suspenso aquilo que me é mais caro, o tempo nosso, paro o tempo no tempo em que ainda temos um ao outro, antes que a chuva termine por levar de nós o que é só nosso, antes que deixemos de ser só um...inelutavelmente.

Amado amigo amante...vou me deitar à sombra. Aceite essa breve despedida. Fecho as cortinas agora, mas deixo para ti uma fresta da minha alma. Deixo sobre o balcão a melhor parte de mim, com o aviso de sempre: manuseie com cuidado, há vida aqui dentro.

Daniela Andrade Rodrigues

*

Um de meus textos favoritos, foi escrito em Setembro de 2007. O vocabulário mais rebuscado vem de uma fase de experimentação de estilos. O texto surgiu de fato como uma carta para um amigo, mas acabou tomando vida e virou literatura. Recortei várias frases desse texto e utilizei novamente em novos textos ou no dia-dia, como por exemplo "manuseie com cuidado, há vida aqui dentro".

domingo, 12 de julho de 2009


Inaugurando um caderno de desenho e a participação no blog. Depois de uns 06 meses sem pegar em grafites, nasceu um palhaço. Bizarro, como todo palhaço. Meia sola também, um ensaio para voltar aos riscos.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Aquarela Fay




Olá esse é o meu primeiro passo-a-passo. Esse é um desenho que fiz para uma amiga, aproveitei para registrar o processo de criação, desde o esboço ate a conclusão. O desenho foi feito com um lápis 6B, e um papel com textura de tela da FILIPAPER (sem merchan, por favor). Para a pintura foi utilizado aquarela da pentel. Usei dois pinceis redondos, um da Faber-Castell (aqueles que vêm junto com a caixa de Laís de cor aquarelado) e outro da Condor, tamanho 20 (será que é assim que se escreve o tamanho dos pinceis...).Comecei com um esboço leve no papel, definindo como seria a composição do desenho. Em seguida comecei a pintar o fundo (o cenário... será que era processo explicar isso) definindo as arvores, o campo e a água. Depois que a aquarela secou, trabalhei no desenho da minha amiga, fazendo a capa e definindo o cabelo. Finalizando terminei de fazer o fundo do desenho, pintando a grama e definindo mais o cabelo, a roupa e a pele.

Bem é isso, para um passo-a-passo espero que tenha ficado bom.

Humm.... acho que devo treinar mais ´_`

Abraço a todos que vistam o blog

Zuza